Após anunciar em abril desse ano que iria reformular novamente seu universo, enfim a Marvel lançou o primeiro capítulo dessa nova jornada que promete unir o novo ao clássico: Marvel Legacy. Com a proposta de trazer os grandes heróis da Casa das Ideias de volta, mas sem esquecer dos novos personagens que surgiram nos últimos 5 anos, Marvel Legacy traz o conceito de legado (como o próprio título sugere) para a história dos heróis desde épocas pré-históricas, com ideia do que podemos construir e deixar para futuras gerações de humanos e, principalmente, de heróis. Porém esse novo capítulo conta com algumas canetadas gigantes que prometem bagunçar a cabeça de qualquer leitor, seja o novo ou o das antigas, principalmente com a inclusão da personagem Voyager como uma dos Vingadores originais.

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Essa inclusão da Voyager parece acontecer no estilo “retcon”, uma simples alteração à base da canetada em um passado do universo que há muito já era estabelecido. Inclusive usam o termo oposto do “Deja Vu”, o “Jamais Vu”, para introduzir a imagem dos Vingadores originais com a nova integrante, como se ela sempre estivesse ali. Possivelmente a trama passará por algum evento de volta no tempo para que essas modificações se expliquem, mas, de todo modo, fica uma forçação desnecessária para apresentar mais uma nova personagem. Porém não é apenas a Voyager que dá as caras nesse volume. Temos vários outros plots acontecendo que prometem desencadear não só vários acontecimentos diferentes, como também vários retornos dos que ainda não foram esquecidos pelos fãs.

Exatamente, o primeiro volume de Marvel Legacy é um grande pontapé inicial de vários outros pontapés iniciais. A saga se inicia abrindo vários plots que explicarão alguns retornos dos heróis clássicos que há alguns anos tinham saído de cena em detrimento de novas versões de seus próprios mantos e “cargos”, como Sam Wilson como Capitão América, a Riri como Coração de Ferro e Jane Foster como a Poderosa Thor. Todas essas modificações que a Marvel está realizando ocorrem devido à grande queda de vendas de suas HQs. Após de muito escutar de grande parte dos fãs, a produtora de quadrinhos decidiu que já era hora de não só retomar os antigos e clássicos heróis, como Steven Rodgers, Tony Stark, Logan, Jean Grey, QuartetoHulk entre vários outros, como também de alinhar todo o universo na numeração original dos exemplares (atualmente iniciava-se do zero para cada nova versão de herói que surgia), agora teremos o esperado volume de Avengers com a numeração original  #676 com esta nova reformulação editorial depois de Império Secreto.

Dessa maneira todos se unirão numa mesma linha temporal, porém com suas histórias solos independentes mantidas. Ou seja, uma grande união de histórias boas, ruins, cíclicas ou descontinuadas, que, embora possa ter o intuito de agradar a todos, pode criar (se é que não já criou) uma grande e bagunçada salada mista de heróis e vilões. Há como se tirar pontos negativos e positivos disto tudo. Porém o ponto principal da história é bastante instigante para qualquer um que curta o universo dos quadrinhos: Os Vingadores da pré-história.

Com um plot que promete explicar os eventos que desencadearam e ainda desencadearão muitos acontecimentos dessa reformulação, os Vingadores da pré-história é formado por alguns heróis míticos, como Odin, Fênix, Agamotto, a versão pré-histórica do Espírito da Vingança (Motoqueiro Fantasma), Pantera Negra, Punho de Ferro e Estigma. Um grupo que gera muita curiosidade dos leitores em conhecer os seus poderes míticos e seu próprio relacionamento em equipe. Na trama desse primeiro volume eles enfrentam um ser celestial ainda na época dos primeiros homens, aprisionando-o em algum lugar da África do Sul. Ainda não se sabe muito o que acontecerá, mas podemos ter a sensação que é justamente isso que moverá o plot principal de Marvel Legacy e sua grande mensagem: O Legado. Dando uma noção mística que o manto do herói é passado para frente desde tempos ancestrais. Numa espécie de “cargo” que sempre será ocupado por alguém merecedor de cada geração.

Interessante observarmos também que Marvel Legacy marca uma nova e clássica linha de roteiristas e desenhistas dentro da Casa das Ideias, que perdera muito de sua mão de obra para a DC ultimamente. Tentando investir realmente neste quesito, temos o retorno de Mark Waid nas histórias do Capitão América, e alguns traços fantásticos nos quadros, em destaque o Esad Ribic, desenhista do Guerras Secretas e que agora está responsável pelos incríveis traços dos Vingadores da pré-história. Muita água há de passar e muitos outros fatos se desenrolarão aos nossos olhos durante os volumes de Marvel Legacy. Vamos observar a continuidade desta que promete ser a grande resposta da Marvel à reformulação Rebirth da DC.

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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