O Batman é um dos personagens mais fáceis de começar a ler, pois ele possui uma enorme quantidade de histórias fechadas que apresentam o personagem. Ele também é um dos mais reimaginados pelos artistas e já foi ambientando em diversos estilos, épocas e temas. Em determinado período a DC possuía um selo exclusivo para contar histórias dos personagens de forma descolada da cronologia oficial. Neste projeto surgiu muita coisa esquecível, mas também foram criadas pérolas muito interessantes. Uma delas foi a história contada por Brian Augustyn e Mike Mignola e que agora foi adaptada para uma animação.

Numa Gotham City do século XIX, uma série de mulheres começa a ser atacada por um assassino que se autointitula Jack Estripador. Paralelamente a isso, um vigilante chamado Batman começa a patrulhar as ruas da cidade e logo estas duas figuras entram em conflito.

Logo de cara, percebemos que esta animação pega só o preceito básico da obra original e parte para uma nova abordagem. O que se mantém é basicamente a sinopse das duas histórias, mas a forma como elas ocorrem e até os personagens que usam são completamente diferentes. No quadrinho, temos uma reimaginação do personagem em uma história isolada. A animação vai para um lado mais ambicioso e reconstrói boa parte do universo do herói nesta nova linha temporal.  Parece haver uma tentativa de criar uma série de filmes nesta linha, o que seria uma ótima ideia, visto que essa é uma excelente animação.

Para aqueles que gostam do Batman detetive, essa aventura será um deleite, pois existe um perfeito equilíbrio entre ação e investigação. Essa, de fato, parece com uma história detetivesca e ao mesmo tempo constrói os personagens que já conhecemos. Curiosamente, o Batman em si muda muito pouco de sua versão padrão, mas outras figuras como Mulher Gato e os Robins são astutamente retratados aqui. O super herói sombrio e realista está presente, mas ainda com aquele ar fantástico típico dos quadrinhos.

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Infelizmente as animações da DC estão perdendo qualidade no que diz respeito à técnica. Fundos mal desenhados e personagens com movimentações robóticas e duras. Existe um momento em especial, dentro do Asilo de Arkham, que fica evidentemente prejudicado pela qualidade dos desenhos e das movimentações. Por outro lado, em algumas cenas de ação existe um esmero real que acaba gerando momentos marcantes. O tempo todo passamos a exibição pensando: “Eu realmente quero ver essa história em live action”. Em particular, temos dois momentos de ação que prendem a atenção.

No fim, ficamos com vontade de ver mais e realmente parece que essa é a intenção deles, pois a forma como a história é contada faz questão de apresentar diversos personagens clássicos das histórias do Batman. Vários caminhos podem ser seguidos em novas continuações e é possível pensar que a DC poderia seguir por esses universos alternativos em seus filmes live action.  Uma animação que merece o tempo de qualquer fã do Morcego.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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